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Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal (Maio Roxo - World IBD Day)


A doença inflamatória intestinal (DII) pertence a um grupo de doenças inflamatórias crônicas que envolve o aparelho digestivo. Pesquisa recente realizada no Brasil revela o comportamento das pessoas diante dos principais sintomas das DIIs: no caso de dor abdominal, 46% se automedicam; se têm diarreia frequente, 61% também fazem uso de remédios sem consulta ao médico ou adotam soluções caseiras; e quando há sangue nas fezes, 39% das pessoas esperam o quadro melhorar.

O termo “doenças inflamatórias intestinais” engloba principalmente duas doenças: a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn. Ambas têm impacto negativo considerável na qualidade de vida da pessoa, necessitando de cuidados médicos contínuos.

A retocolite ulcerativa e a doença de Crohn apresentam manifestações clínicas e evolutivas diversas, determinadas por vários fatores, como localização e extensão da área de acometimento, grau de atividade e gravidade do processo inflamatório, complicações da doença e a presença ou não de manifestações extraintestinais. Os sintomas irão depender do segmento que está envolvido na inflamação. Os mais comuns são: dores, distensão e desconforto abdominais, associados à alteração do hábito intestinal (quase sempre diarreias), à presença de muco e/ou sangue nas fezes e a sintomas anais (dor, ardor e sangramento locais). Ao longo da vida, esse quadro clínico apresenta modificações e, devido à grande variabilidade clínica, o diagnóstico precisa ser feito por especialista, daí o grande problema do autodiagnóstico e automedicação.

Segundo pesquisa realizada pela Organização Europeia de Doença de Crohn e de Retocolite Ulcerativa e pela Associação das Federações de Crohn e Retocolite Ulcerativa, a incidência das doenças intestinais cresceu 15 vezes nas últimas décadas nos grandes centros urbanos. O estudo mostrou também que cerca de 20% das pessoas com DII apresentam sintomas de forma contínua e que aproximadamente 40% dos pacientes têm manifestações extraintestinais, com acometimento das articulações, pele, lesões oculares e hepatobiliares, entre outras.

Como as DIIs não têm cura, a adesão do paciente ao tratamento é fundamental. Um acompanhamento nutricional e psicológico também é indicado, pois a dieta não é a mesma para os pacientes. Cada um tolera tipos diferentes de alimentos. Ao longo do tempo, o paciente pode ter problemas de convivência com a doença, que deixa sequelas emocionais. Fisicamente, existe o momento de emagrecimento, o momento de engordar, alguns casos mais graves levam a cirurgias para retirada de trechos inflamados do intestino ou correção de fístulas, e há aqueles que têm a necessidade de ostomização.

Muitos especialistas acreditam que as DIIs surgem da interação de quatro fatores fundamentais: ambiental (tabagismo, dieta, hábitos higiênicos), genético (existe uma ocorrência familiar e alguns genes já estão identificados como estando implicados nas DIIs), microbiano (seria uma resposta anormal do sistema imunológico contra a microbiota intestinal); e, por fim, o imunológico (a resposta imunológica é a principal responsável pelo desenvolvimento da inflamação).

Nenhum desses componentes, isoladamente, pode explicar as DIIs, mas é a integração entre eles que realmente determina se a doença se instalará e com quais características. A retocolite ulcerativa é uma doença que acomete o reto e o cólon (intestino grosso), e a doença de Crohn pode acometer qualquer segmento da boca ao ânus, mas ocorre principalmente no íleo terminal (segmento final do intestino delgado). Ambas podem ter manifestações extraintestinais, que é o acometimento de outras partes do organismo, envolvendo as articulações (artrites), a pele, os olhos, podendo ainda ocorrer anemia e eventos tromboembólicos (tromboses arteriais ou venosas).

Os sintomas da doença variam dependendo do segmento do tubo digestivo comprometido e da gravidade da inflamação. As manifestações clínicas mais comuns são diarreia, dores abdominais, febre baixa, emagrecimento, sangramento retal, mal-estar geral, cansaço e fadiga. Podem ocorrer manifestações fora do tubo digestivo, que são chamadas de manifestações extraintestinais, como dores e edema (inchaço) nas articulações, inflamação nos olhos, acometimento do fígado, pedra na vesícula e nos rins, entre outras. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, porém, nenhum deles é curativo.

As DIIs têm baixa mortalidade, porém, alta morbidade. As crises repetidas ao longo dos anos ocasionam lesão intestinal constante e consequente aparecimento de complicações, que agravam o quadro clínico e são responsáveis por sequelas, como ressecção de grandes segmentos intestinais e necessidade de ostomias (abertura do intestino na parede do abdômen). O tratamento clínico é realizado com medicamentos que são capazes de controlar a inflamação e evitar que as crises retornem, permitindo que os pacientes levem uma vida normal. O tratamento cirúrgico está indicado em algumas situações, como na falta de resposta ao tratamento clínico e na presença de complicações como fístulas, abscessos, perfuração e sangramentos volumosos.

Os estudos epidemiológicos no Brasil sobre as DIIs são escassos e, de modo geral, restritos a determinadas regiões do país. Dados do Ministério da Saúde mostram que a região Norte é a que apresenta menor taxa de internações relacionadas à DII (1,16/100.000 habitantes), seguida pelas regiões Nordeste (2,17/100.000 habitantes), Sudeste (2,42/100.000 habitantes), Sul (3,07/100.000 habitantes) e Centro-Oeste (3,32/100.000 habitantes). O aumento do número de casos de DII nas últimas décadas também é observado no Brasil e, provavelmente, reflete mudanças no comportamento da população, exemplificado pela maior urbanização: hoje, 84% da população brasileira reside em áreas urbanas, e pela mudança da dieta tradicional para uma dieta mais industrializada.

Associação Mineira dos Portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais contato@amdii.org.br ou pelo site www.amdii.org.br.

 

Fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2014/05/19/noticia_saudeplena,148675/doencas-inflamatorias-intestinais-surgem-da-interacao-de-quatro-fatore.shtml




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